domingo, 16 de agosto de 2009

No fim tudo dá certo!!!



O receio de decepcionar as outras pessoas pode tornar-se um empecilho em nossa vida.
Este medo faz com que cobremos de nós mesmos uma perfeição impossível de ser alcançada.
Porém, o que geralmente não pensamos é que,
nossa primeira preocupação deveria ser em não decepcionar a nós mesmos.
Quantas vezes acabamos não cumprindo os objetivos que nos havíamos imposto
Nesse caso, passamos por cima de nossos próprios sentimentos
e deixamos de lado nossos sonhos, como se eles não tivessem importância.
Abrir mão de si e daquilo que deseja em função do marido, dos filhos, do namorado
é uma postura bastante comum para muitas pessoas.
Ao fazerem isso, desvalorizam-se e agem como se os sonhos e objetivos que cultivam
valessem menos ou pudessem esperar para um dia, quem sabe, serem concretizados.
Visto que o futuro é apenas uma hipótese e que somente o momento presente existe,
devemos refletir seriamente sobre o hábito de protelar
a conquista de nossos anseios mais profundos.
Muitas vezes a vida poderá não nos dar uma segunda chance.
Essa não é, em absoluto, uma postura egoísta ou individualista diante da vida.
Trata-se isso sim, de não nos anularmos em função seja de quem for,
para que um dia não cobremos dos demais a não realização
de nossos sonhos e nossa conseqüente frustração.
Manter sempre presente em nossa mente quais as metas que desejamos alcançar
ou o que necessitamos para sermos felizes, é uma forma eficaz
de não abdicarmos de nossa vida para satisfação dos demais.
É importante encontrar o ponto de equilíbrio entre nossas necessidades
e as daqueles com os quais convivemos, sem termos que sempre abrir mão
ou fazer concessões quanto a nossas próprias escolhas.
Não me lembro em que momento, percebi que viver deveria ser
uma permanente reinvenção de nós mesmos – para não morrermos soterrados
na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos.
…Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo.
Apalpar, no nevoeiro de quem somos,
algo que pareça uma essência, isso, mais ou menos, sou eu.
Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui.
Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano.
Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça
e adotar o lema reconfortante:
“Parar para pensar, nem pensar”!
…Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto.
…Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho:
é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.
Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual.
É o poderoso ciclo da existência.
Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo.
Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos,
não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo.
Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas
pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos.
Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história.
O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade,
sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.
Viver, como talvez morrer, é recriar-se:
a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada.
Eventualmente re-programada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.
…Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas, mas sem demasiada sensatez.
Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim.
Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar,
entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.
Sonhar, porque se desistimos disso, apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena.
Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada
que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for.
E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento,
o melhor que afinal se conseguiu fazer.
Créditos: Lia Luft e Luciana Kotaka

este texto diz tudo, não resisti em copiá-lo.

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